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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Eu-todo

Num devaneio clássico
Na hora da procrastinação,
Me deparo com uma árdua discussão interior
Entre os alteregos da minha loucura

Talvez eles não tivessem mais o que fazer
Só queriam ver quem tinha o maior ego
Talvez pra ver quem dominaria meu ser
Digo, o que seria mais frequente.

O meu eu-estressado, a muito tempo ausente:
"Quero ver quem vai ousar me bater de frente!"
O eu-devaneio, que compartilhava recentes situações:
"Pode ser, mas dá uma preguiça essas tantas obrigações"
E o eu-ansioso, já dando a palavra rapidamente:
"Tem que ser eu logo, não vejo a hora de estar mais presente"
Já o eu-depressivo, se retirando despercebido:
"Ainda não sei porque eu fui concebido"
Em outro canto, o eu-saudosista observava o luar:
"Bons eram os tempos em que não tínhamos com o que se preocupar"
Ao lado, o eu-músico de apressava:
"Esse luar merecia uma bela serenata!"
Ouvindo isso, o eu-lírico pegava o lápis e o papel:
"Vou te acompanhar nessa homenagem ao céu"
O eu-boêmio já trazia as bebidas e os petiscos:
"Vamos festejar e por nessa discussão riscos!"
O eu-nada ficou em silêncio absoluto
Observando a festa feliz como se estivesse em luto.
A disputa dos egos não importava,
Mas sim a festa para o luar com a melodia cantada!

E assim, a festa na minha bagunça psicológica iniciava-se.
Quando me dei conta, sorri e vi que eles se completavam
(E se contemplavam, mesmo parecendo o contrário)
Deixei a lua que via da janela deixá-los felizes
E copiei o que meu eu-lírico fez de acompanhamento pra canção
Talvez eles tenham entrado num consenso 
E criaram um estado de paz interior
E assim finalmente eu fique eu paz com os meu eus.

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