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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A vizinhança

Que eles me perdoem...
Em todas as eternas noites indecentes
As conversas alheias tomam meu inconsciente.
Meus devaneios, pesadelos,alucinações
Ganham espaço para a insônia,
Momentos sem ações, até o amanhecer.

Concordo que a vizinhança é descuidada,
Da gravidez até expulsões preconceituosas,
Gritos de amor, roncadas poderosas
Fazem o sono de mais um dia
Tomar lugar para a fofoca despropositada.

Quando a lua perde o seu lugar,
Das ruas as vozes, também nelas me perco,
Rindo de algumas, chorando em outros momentos,
Quando o que bate na minha parede 
Já se cansou de conversar.

Por que amo minha vizinhança?
Porque ela tem muito o que contar,
Do chá de bebê até gente morta
Escuto, como fantasma, atrás da porta,
Até o despertador tocando sua vergonha pessoal.