Novidade

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domingo, 17 de junho de 2012

Os espelhos de Alice

E assim, quando Alice, sem firmeza,
Afundou-se no âmago da tristeza,
Decidiu buscar uma resposta
Para a ventura que lhe foi proposta,
Por questões de espírito, ou quem sabe de beleza.

A felicidade da idade foi-se com a idade,
E nos espelhos se refletem essa realidade.
Grandes espelhos que, aliás, escondem um segredo:
A arma que o comparsa de Alice tem medo
De que, ao descobrir dela, ocorra uma fatalidade.

Mas a ventura é uma ironia desgraçada
E enfim a realidade foi desvendada.
Alice ergueu-se da tristeza que mata,
Sorriu, como se fosse uma antiga psicopata,
Cantando a rima de quem foi desprezada.

Ó formas alvas que nos fazem sonhar,
Em cenas longas e lentas que põem-se a colocar.
Nos espelhos, naquela hora, só restavam
As rubras e brancas memórias dos que prestavam,
E que hoje perecem nas covas a cavar.

"Seu amor a mim seria eterno, e foi? Não..."
Foram as palavras de Alice na lápide do caixão.
Por trás dos grandes espelhos, planos ou convexos,
De onde saíam imagens e pensamentos desconexos.
Agora só restam as imagens da loucura, do vão.

terça-feira, 5 de junho de 2012

A reunião dos poetas

Com o fervor de mentes inquietas,
(Janelas entreabertas)
Deu-se início a uma nova discussão
Na reunião dos poetas.

E assim o mais novo tópico em pauta
Nas mesas do vão salão
Era "o grande futuro da nação,
Das rimas, da emoção".

Entre os variados pontos de vista
Faziam rimas perplexos,
Falando da vida, de emoções falsas,
Digressivos e complexos.

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Pela bagunça geral da razão,
Na discussão pôs-se um fim.
Levantam-se os poetas das cadeiras
Para a diversão, enfim.

Entre janelas e portas abertas
Do grandioso salão,
Dançam, em paz, os vazios poetas,
A dança da solidão.

(até o fim da confraternização
ou da vidinha dos mesmos)