Novidade

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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Um instante no incômodo

O ventilador está ligado
E a luz começa a falhar.
Eu, aqui, sentado nesse cômodo do mundo,
Vejo os carros e as pessoas e o tempo passando
Nas ruas da cidade eterna, sem pensar.
Contemplando na monotonia dos movimentos do ventilador
O barulho da vida, sigo a observar
A pouca poeira do chão,
O livro na estante,
As poucas estrelas no céu da cidade,
A esperança na cabeceira da minha cama
Me esperando para uma noite de sonhos,
Tudo numa singela calma.
O telefone não toca,
O violão não toca,
O amor não toca,
A eternidade parou para pensar
Em por que ser eterna
E o vazio desistiu de ser tão completo.
E eu aqui, agora deitado,
Observo na minha frente toda essa complitude:
Já está frio e escuro,
E tudo o que eu tenho, na minha falta de pensamento,
É meu quarto mal arrumado,
Meu sonho mal conservado,
E o ruído vasto do mundo.

Dificuldades

É muito dificil para quem acabou de nascer entender o mundo
É muito difícil para quem acabou de crescer entender a realidade
É muito difícil para quem acabou de sofrer entender o outro lado
É muito difícil para quem acabou de amar entender a saudade

É muito difícil para quem acabou de se estressar entender a simplicidade
É muito difícil para quem acabou de se acalmar entender a agitação
É muito difícil para quem acabou de chorar entender o destino
É muito difícil para quem acabou de sorrir entender o não

É muito difícil para quem acabou de ganhar entender a real intenção
É muito difícil para quem acabou de perder entender a sorte
É muito difícil para quem acabou de sonhar entender a verdade
É muito difícil para quem acabou de viver entender a morte