Novidade

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Fingir

Já se passaram os problemas,
Mas ainda não há soluções.
E nessas ilusões eu finjo
Que há tristezas e desilusões,
Que há pieguismo e depressões.


As memórias já distantes
Me ignoram no momento.
E nesse esquecimento eu finjo
Que recordo caprichos, um talento
Puramente jogado ao relento.


As cordialidades de outrora
Acabaram em cumprimentos de vaidade.
E nos interesses eu finjo
Que amizade é paixão
E amor é amizade.


As rimas que já se foram
Destruíram a realidade.
E nessa dúvida em finjo
Que sei as respostas,
Sem saber as perguntas.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Café-tudo

Café, café, café
Pingado, expresso, macchiato,
Do boteco ao bistrô,
É o ópio do povo.
Com pinga, chocolate, afeto,
Cheiro forte e amargo do nascer do dia,
Máquina alienadora da plebe,
Especiaria do ocidente,
Presente das arábias,
O Brasil no mundo.


Café, forte e adoçado,
Construtor do país,
Com o açúcar do fundo da xícara,
O berço do brasileiro,
Dominou no passado,
Fez guerra, revolução, avanço,
Chamou o mundo pra cá,
Chamou a máquina,
Torrado, moído e até queimado.
Hoje dizem que perdeu considerável valor.
Tudo mentira, companheira dos exaustos.


Café, onipresente,
Quando não é o café quente
Está escondido, camuflado,
Com a sua cafeína, sua alma, seu coração,
Nos refrigerantes e afins,
Travestida de guaraína,
Querida por todas, querida.

Forte, sujo, cheiroso e vivo,
A cocaína da Colômbia é o café do Brasil,
Mal contemporâneo, 
vida,
Seja no Starbucks ou no bar de esquina.