E assim, quando Alice, sem firmeza,
Afundou-se no âmago da tristeza,
Decidiu buscar uma resposta
Para a ventura que lhe foi proposta,
Por questões de espírito, ou quem sabe de beleza.
A felicidade da idade foi-se com a idade,
E nos espelhos se refletem essa realidade.
Grandes espelhos que, aliás, escondem um segredo:
A arma que o comparsa de Alice tem medo
De que, ao descobrir dela, ocorra uma fatalidade.
Mas a ventura é uma ironia desgraçada
E enfim a realidade foi desvendada.
Alice ergueu-se da tristeza que mata,
Sorriu, como se fosse uma antiga psicopata,
Cantando a rima de quem foi desprezada.
Ó formas alvas que nos fazem sonhar,
Em cenas longas e lentas que põem-se a colocar.
Nos espelhos, naquela hora, só restavam
As rubras e brancas memórias dos que prestavam,
E que hoje perecem nas covas a cavar.
"Seu amor a mim seria eterno, e foi? Não..."
Foram as palavras de Alice na lápide do caixão.
Por trás dos grandes espelhos, planos ou convexos,
De onde saíam imagens e pensamentos desconexos.
Agora só restam as imagens da loucura, do vão.
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