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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Um conto inegável

"São tudo um monte de mentiras..."
Eu decidi brincar com meu alter ego
Para relembrar aqueles momentos que não tive na infância,
E o esconde-esconde foi a escolha.
Valendo toda a cidade.

Entrei numa casa abandonada,
Onde os sonhos já aconteceram e morreram,
A 15 minutos a pé (ou menos) do ponto de encontro,
Só um morro ou outro separava os lugares.

(Em cada canto da cidade
Havia uma memória, com tempo e espaço definidos,
Que distrairia ele em meu mandado de busca
Aquela casa seria o último lugar que procuraria)

Preparado para ficar o tempo que fosse necessário,
Me escondi numa caixa verde (confortável até)
Atrás de um armário amarelo,
No sótão daquele arcaico baú arquitetônico.

(Aquela caixa era um tanto quanto estranha.
Hermética, almofadada, parecia que foi feita para se esconder.
Schrodinger e seu gato teriam inveja,
Do seu isolamento e do seu conforto, respectivamente)

E depois de três semanas de espera,
Um "oi" de problemas soou no abrir da caixa
Para mim três anos, para ele meio...
Perdemos a noção de tempo.

Um relógio velho, mas funcionando, marcava 6 horas.
6 da manhã, 18? Nem o céu falava se o sol nascia ou se punha...
Leste ou oeste? Não fazíamos ideia...
Perdemos a noção de espaço.

Após eu sair da caixa, ele propôs um novo jogo,
Que aceitei por mera e espontânea pressão.
E ele tira assim uma lista enorme do bolso.
Era caça ao "tesouro".

Ao me dar a lista - uma sopa de problemas - 
Deu-me um abraço de despedida e disse que esperaria naquele armário,
Que teria mais espaço para seus solilóquios do que a caixa
(E também a cor dela lhe agradara).

E tão hermético quanto a caixa
O armário o esconderia até eu resolver seus desafios,
Uma lista de problemas e erros sem resolução,
Mas que no final dizia uma frase acolhedora:

"Não mintamos a nós mesmos
Cometemos muitos erros e não nos arrependemos
Mas quando vierem à tona, não hesite:
Negue até a última instância".

Ah meu alter ego...

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