Novidade

Novidade:

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Lembranças

Chovia. Eu esperava a minha deixa, uma hora pra seguir meu rumo, quando um fluxo de pensamento acelerado me atingiu. Memórias, desejos, tristezas, um delírio. Encostado na parede, me deixei levar, não tinha pressa. De repente me vieram as lembranças da infância, do dia em que olhávamos pras estrelas e iniciávamos aquela filosofia de criança, o futuro, até elas sumirem e começasse a chover. Me lembrei das expectativas, do clichê mais belo das inesperadas expectativas. Quando me vi, estava pensando no lugar de onde acabara de sair, do passeio do parque do dia anterior, do evento do ano passado, em que todos se reencontraram, e riram. Tentei parar de pensar, a chuva afinava, e mais e mais vinham as festas, as crises, o dia em que vimos a morte de perto, ou ainda quando eu me conheci, te conheci. E assim, depois dos quinze minutos mais resumidores da minha vida, a chuva parou, mas ainda chovia destro de mim: desejos, lembranças, esperanças, lágrimas. Uma felicidade tremenda de voltar ao passado e reconstruir tudo, de viver de novo e de novo, cada vez mais intensamente veio à tona. Sua imagem apareceu, seu sorriso, o campo aberto e estrelado na primavera, dos piqueniques e das estrelas. Mas não. Segui meu caminho rumo ao meu destino, talvez um lugar aconchegante, quem sabe meu fim, meu desastre. Mas ainda resta alguma coisa, toda vez que chove lembranças em mim, toda vez que ando pelas ruas a noite, toda vez que chove, daquelas estrelas que não vejo mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário