Novidade

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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Quando acabarem os talheres

Quando acabarem os talheres do mundo
E só restarem as mãos,
Desejem sorte aos cavalheiros e às donzelas:
O jantar será brutal,
As etiquetas das camisetas finas sumirão,
As coroas serão migalhas,

E os pratos finos serão meio pedaço de pão.

Não haverá a dança de garfos e facas e colheres e afins,

Não haverá pessoas neuróticas trocando de talher
Para que combine com o outro em mãos,
Não haverá baterias improvisadas,
Não haverá civilização.


Esqueçam o conhecimento,
Esqueçam os problemas da vida,

Esqueçam os tridentes, o fogo, a forca:
Ignorem qualquer e todo tipo de revolução.
Se importem com o caos durante o almoço,
Um momento considerado o mais precioso,
Sem nenhum apetrecho útil nas mãos,
Sem nenhum talher para te salvar
Da animalesca degradação.

Pensar em um retrocesso do mundo alimentar

É pensar em um retrocesso como ser humano.

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